2 de out. de 2003

sem titulo



Nao consegui colocar titulo...


"Imensidão curta, corte, intenção límpida mas sem palavra.
Virtude quase Inocente a que distende o nome, do ser quase perto
Teu Espírito sem fragmento, boca que cala
Onde não há corpo, não há morto, há o ser maldito.
Não sei se regressaremos juntos desta Bendita alucinação,
onde mesmo o discípulo tudo aprende entre o amor errado e o ódio
correcto.
Não é fácil e parece passar sempre pelo desespero, de modo que, quando
já nada esperávamos e julgáramos mais uma vez ter sido vítimas de um
encantamento.
Tantas vezes pedi tão pouco, ou pedi um ao menos, que me esquece que é
isso que vamos semeando e depois recolhendo,
Todas as vezes que ousei secretamente ser eu mesma deram frutos que eu
julgava serem não merecidos.
Por vezes quis ser notada, mas na perplexidade, os homens renovam a
história e aprendem, subliminarmente, que não há molde nem virgem
nem puta, não há mãe, não há amante, e, que não há nada mais sábio
na história do ver, que corresponder ao sentido da urgência que nos
desafia.
Foi ele que me ensinou a ver e a ouvir a diferença entre o existir e
o ser, escutar em silêncio o universo,e quem aprende assim jamais o
esquece.
Pois foi assim tambem que aprendi,que quem foge amável é quem melhor
apunhala
Rogo à arrogância que oiça o simples silêncio.
Se o mentir é fugida da mente, partir o vazio...
forma de quem se entrega, entra no portal dos aflitos, dos mal amados
ou dos que aí encontram a finaleza do amor, ser o limiar onde cabe
tudo e nada, e mesmo assim o espanta, promessa do mesmo fim.
A alma que não sabe odiar junta enquanto luta,se calar o dito magoado
fitar-me-ei na água muda.
Há uma dor invisível que o céu tapa com tantos véus, há um grito que
me abraça,o fulgor brilhante das chamas na consciência e o sangue que
corre para dentro.
E tu me falas de pena?
Não tenha pena nenhuma dela, sobretudo, porque nesta corja de santas
belas, a pena é a mais tola das expressões de compaixão, só própria
de um ser ainda mais infâme do que eu que a engulo e a trago de uma
so vez.
sabes que o espero,
mas não nos deslumbramos,
sou de outra cova...
diz-me que adivinha que nessa hora se chora para dentro de fora,
mas não por causa de nada, só por mim mesma.
Sento medo, mas entregue às minhas ocupações de renascer, é como se
fosse já só,uma sombra entre outras sombras que dentro de teus gestos
,amplos , lentos, embriagados tentam lhe satisfazer... em vão.
Sou à narradora que faz a apologia do que só tem
verosimilhança, na medida em que vai fluíndo sou apanhada nesse
mundo e julgada.
Sei que não posso nomear-te meu, e nem tu me nomear-te sua,
só que os pensamentos se apuram, entre o ir e vir do silêncio trágico
das imagens, e ainda o sinto aqui.
A sua textura, percorre-me os poros abertos ,
imaginando apenas aquilo que depois mergulho e faço.
Apartir deste momento entao vago, tenho consciencia da sua insatisfacao,
e que nao sou capaz de realiza-lo, ninguem será.
Essa relação de vida face a uma circulação vital, mais interna,esse ganho
ao contrário, que a idade realiza
E eu ainda pergunto-lhe:
seguimos?
depois de tanto deserto
afinal ainda esta aqui,
- e sabes que o espero,
Hoje e sempre."

Agda Alvares

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