Assim, sentada á sua frente eu te contaria segredos, abusaria da minha fraca defesa, deixaria o meu orgulho já resumido ao nada de lado.
Deve ser influencia do céu ou do meu amor egoísta.
Talvez eu lhe conte uma historia antiga, da menina que queria ser princesa e se afogou em sonhos de sangue.
Pode ser que eu fale de nós dois, uma bela mentira fundida com a verdade, realidade, insanidade ... ?
Então eu não faria forças para parecer sabia, não importaria em gaguejar, em certos momentos eu levantaria a cabeça e você notaria meus olhos banhados em lagrimas não derramadas, absorvidas, petrificadas, e mesmo morrendo ao seu lado não deixaria que sentisse minha dor.
Provavelmente hoje eu não fale nada, são tantas e perdidas palavras que talvez não valha a pena me colocar assim, nua a sua frente.
Mais uma vez, na espera do novo eu me reservaria ao direito de calar, respiraria fundo como quem estava sendo sufocada, te olharia como quem vê através de sua transparência, e ainda sim ficaria calada.
Tendo consciência que se meu silencio não diz nada, as palavras seriam inúteis, me atreveria a te esquecer aos poucos, e no fundo haveria um fria felicidade, porque foi você quem me deixou ir.
Algumas coisas já nascem mortas.