13 de out. de 2003

"Mate-me

Percorro todo seu reino, desvendando seus terrenos para nao ser devorada.
Palavras agora sao cacos, mil faces secretas sob nossas faces...
Caem-se as mascaras.
Um silencio neutro, e derrepente a explosao na sonoridade, o gosto do sangue d´amora na boca.
É quando tudo queima, e começamos a desvendar o enigma da vida (morte) , dia de nós atermos á ela.
Neste momento labirintos abrem-se aos nossos pés.
Morro quando me toca,
Morro quando te toco,
O toque de tocar_te!
Entre a duraçao e o movimento tudo acontece, almas afogadas no vinho.
Deixo que m ate-me,
O que tanto mira... Mas nunca atira>
Dê seu tiro no ar, ao tempo, mas.... Atire!
O tempo que poderia e podê, inverteu a ordem dos desejos renascidos em mim pelo seu gosto,
cheiro, devorando-me com os olhos, sulgando-me com a boca, penetrando-me com a lingua,
matando me suavemente de prazer.
Experiencia de quem vivenciou, isto nao morre, mesmo que eu desça ao abismo da loucura.
Edifiquemos...
Um delirio da imortalidade, me levando á insensatez, deixando meu gosto em sua boca e admirando-o
quando falas que gosta, que não seja visto como perdições, mas encontros.
No avesso da chamada razção, freneticamente e apaixonadamente deixo de lidar com as palavras,
o silencio é a sintaxe invisivel, o limite entre o significante e do significativo.
Decifra-me...
Ou devoro-te!"
Agda Alvares