15 de ago. de 2003

O vendedor

" O VENDEDOR

Não havia nada que ele nao vendesse, para ele nao existe mercadoria que venha a ficar encostada, sabia dentro de si que tudo se encaixa, por mais curta ou mais longa que seja uma calça, dia menos dia encontrará alguem cuja as pernas caberao perfeitamente nas calças.
Todos por onde ele passava o chamava de VENDEDOR, ele nao tinha casa fixa, e nem tempo exato de ficar em um deterinado local, sabia exatamente qdo era chegada a hora de partir.
Certa vez qdo percebeu, já se encontrava no meio do deserto, nunca havia estado ali antes, e notou entao que nao trazia mais com ele mercadoria nenhuma, ja havia vendido ou trocado todas no decorrer do seu caminho, restara-lhe apenas dois sacos onde carregava suas mercadorias.
Ja estava quase dentro da cidade que era seu destino e nao tinha nada, a nao ser os sacos vazios, começou a encher os sacos de areia, nao totalmente, mas ate onde precebeu que seus braços poderiam suportar.
Caminhou algumas horas ate chegar na cidade, enqto istu pensava o que faria, so trazia com ele areia.
Mas istuo nao abateu o VENDEDOR, e ele dizia em voz baixa:
_ Sou um vendedor nato, e vendo ate areia no deserto.
Sentado no mercado Central (ali era uma bagunça pessoas disputavam e gritos o espaço, apenas para falar o que estavam vendendo), cansado, decidiu que nao entraria naquela guerra, e ficou a observar.
Aproxima-se entao uma moça.
O que o você vende? O que traz dentro destes sacos que se torna tao importante e tao misterioso que o faz ficar ai calado sem ao menos tentar dizer algo para vender?
Assustado o VENDEDOR começou a falar sem perceber:
_ Minha linda, o que vendo aqui é tao raro, tao puro que somente as pessoas mais sensiveis sao capazes de perceber.
A moça chegou proximo do VENDEDOR, entregou a ele 3 moedas de ouro e disse:
_ Me de um pouco do que vendes, sei que o dinheiro que estou lhe dando nao dará quase nada, mas prometo voltar todos os dias aqui até conseguir comprar tudo que me for possivel.
O VENDEDOR nao demonstrou o seu espanto naquele momento, e agiu naturalmente(ao menos tentou), pegou um punhado de areia, colocou dentro de um saquinho e entregou a moça.
Nunca em toda sua vida ele havia ganhado tanto por uma mercadoria, poderia ficar um mês sem vender mais nada.
Durante 8 dias a moça voltou ao mesmo local, pagou-lhe a mesma quantia, e repetia-lhe as mesmas palavras.
O VENDEDOR começou a sentir-se mal, decidiu nao vender mais areia para aquela moça.
No dia seguinte qdo ela chegou, fez o de sempre e foi lhe entregar as 3 moedas de ouro, ele nao abriu a mao para receber.
Apenas balançou a cabeça fazendo um sinal negativo, e entregou-lhe toda a areia que restava nos sacos.
A moça começou a chorar e disse:
_ Voce nao entende? Se eu aceitar tudo eu nao terei mais motivos para vir aqui, e nao mais poderei ve-lo. Desde o primeiro dia eu sabia que estava comprando areia, nada mais que areia, mas o que me faz voltar aqui todos os dias nao foi o que vc me disse, mas sim o que senti qdo lhe vi, nao é areia que compro. Eu compro sonhos, compro um pouco a cada dia, pois sei que assim o mantenho aqui, ate que chegaria um dia em que vc notaria minha paixao por vc.
O VENDEDOR permaneceu calado, imovel, anestesiado.
A jovem era de uma beleza admiravel, ele levantou, olhou-a com ternura, abriu os sacos, e derramou toda areia aos pés dela e disse:
_ Desculpe minha linda, mas vc deveria saber que sonhos sao feitos para se desamncharemk, por isto eu vendo areia e nao sonhos.
O VENDEDOR notou que era chegada a hora de partir, deixando no chao a moça, a areia e os sonhos, virou as costas. "

Agda Alvares