17 de abr. de 2002

No Silêncio dos Olhos





Em que língua
se diz, em que
nação, em que
outra humanidade
se aprendeu...

A palavra que ordene
a confusão que neste
remoinho se teceu?

Que murmúrio de vento,
que dourados cantos de
ave pousada em altos
ramos. Dirão, em som,
as coisas que, caladas
no silêncio dos olhos
confessamos?


Para meninas tristes


Há muitos males nesta insana vida
Que doem até mesmo na despedida
Como doença que faz nascer um tumor
Que, para drená-lo, também causa dor

Necessário é sentir esses momentos
Para dignificar nossos sentimentos
Decisão dói, mas é dor de cirurgia
Pra purgar mágoas ...sem anestesia

Jogar no lixo o passado, sábia decisão
Se lixo é, por que deixá-lo no coração?
Passado é tempo morto na sepultura
Viver é decisão pra recompor a ternura

Libertar-se, para uma nova vida sonhar...
Cortando amarras e ir se fazer ao mar
É limpar a alma das doridas lembranças
Pra navegar em águas de bonanças...

Não há o que não passe, até a saudade
Mesmo que haja tristeza, ela não é eternidade
Amanhã, ninguém sabe, é o desconhecido
Vive o novo, hoje, esquece o mau tempo vivido
Queo
Quero estar com vc .
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te, sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

.Mas, confesso,
é tão difícil aprender!
E por isso
eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto
de lembranças!
Dá-me tempo
de acertar nossas distâncias!