19 de nov. de 2003

Preferi sair enquanto ele dormia,
nao quis ser brega, nao deixei bilhete com rosas sobre o travesseiro.
Vesti minha roupa parecendo que estava em camera lenta, ate prendia
a respiracao, a ultima coisa que eu queria era que ele acordasse.
Tranquei a porta e deixei a chava com o porteiro.
Foi a melhor e a pior noite da minha vida, sabia que depois
daquela noite nada seria igual, e fiquei andando pela cidade.
Sentei na no banco da praca, pessoas iam e vinham, alguns me olhavam
firmemente, na maioria homens, nao sei devia ser meu cabelo.
Abaixei as pernas, e encostei no banco virando a cabeca para tras,
assim nao veria as pessoas me olharem, pareciam me julgar.
Fiquei ali sem saber exatamente o tempo, depois fui embora, teve um
cara que aproximou de mim e me chamou de delicia.
Eu quis mandar ele ira a puta que o pariu, mas estava tao constrangida
e feliz pela noite anterior que dei ate uma piscada para ele.
Eu deveria ter sido brega e deixado um bilhete com meu telefone?
Nao acho que nao.
Nossa preciso ir ao banheiro, agora que era o problema achar o banheiro,
la no final da escada moca tem banheiro, putz a escada dava mil voltas,
daquelas antigas que quem ta em baixo ve os que sobem, eu de saia, nem
podia pensar nisto, a necessidade era maior.
Corria, so se escutava o barulho do meu salto nas escadas, e uns leves
gritos, de homens, parecendo que eu estou no cio, a que isto...
homens, nunca se acostumam com mulheres.
Enfim o banheiro feminino.
Entrei, alivio, banheiro meio sujo, mas sem escolhas.
Foi entao que percebi, e vi que nao precisava ter deixado bilhete nenhum
na pra ele, com telefone nem nada.
Eu estava sem calcinha.
Entendi o pq dos olhares e de algumas frases que ouvi, nao deixei que
me constranger pelo fato de estar sem a peca de baixo, pelo contrario.
Dobrei o coz da saia e sai pela cidade me sentindo a pessoa mais sexy
do mundo.
Ainda fui capaz de fazer caras e bocas para alguns.
Algumas coisas nunca foram tao boas como a noite que tivemos e como
este esquecimento meu.