4 de abr. de 2002

Quando envelhecer, quero usar púrpura

Quando ficar velha, quero usa púrpura
com chapéu vermelho, que não combina
e fica ridículo em mim.
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque,
usarei luvas no verão,
e me queixarei que falta manteiga em casa.

Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansada,
comerei todas as ofertas do supermercado,
tocarei as campainhas dos vizinhos,
arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça,
e só assim me sentirei vingada por ter sido tão
séria durante minha juventude.

Vou andar de chinelos,
arrancar flores do jardim dos outros,
e cuspir no chão,
Vou usar roupas horríveis, engordar sem culpa,
comer um quilo de salsichas no almoço,
ou passar uma semana só na base do pão e picles.
Vou juntar caixinhas, lápis e rótulos de cerveja.

Mas, enquanto ainda sou jovem,
preciso de um tipo de roupa que me deixe seca
em caso de chuva,
tenho que viver a hipocrizia que a sociedade impoem,
não posso dizer palavrão na rua,
não posso falarsozinha em tom alto,
preciso ler jornal, estar informada,
convidar meus conhecidos para jantar.

Por isso, quem sabe
eu não deveria começar a treinar desde agora?
Assim ninguém vai ficar chocado
quando, de repente, eu ficar velha
e começar a usar púrpura.


Sincerity Love


Eu prometo não te prometer nada
Nem te amar para sempre
nem não te trair nunca
Nem não te deixar jamais
nada a te oferecer senão eu mesmo
nada a te pedir senão que sejas quem tu és
nada de máscaras nem artifícios

A verdade é o que temos de melhor
Para compartilharmos um com o outro
Sem medo, vergonha ou culpa
De nos mostrarmos por inteiro
Tuas coisas continuam tuas e as minhas, minhas.
Não nos mudaremos na loucura de tornar
Eterno esse breve instante que passa
Se crescemos como pessoas, ainda que em direções
opostas, saberemos nos amar e nos respeitar pelo que somos.

Não te prendo e não permito que me prendas nenhuma
corrente pode deter a força da vida
nenhuma promessa pode substituir o Amor
Quero que sejas livre como eu proprio quero ser
companheiros de uma viagem que está começando cada
vez que nos encontramos novamente.