21 de jul. de 2002

Valsando na neve
Chegas numa onda perfumada
Tens passos de um anjo de desejo
Procuras-te, mas tens nevoeiro na alma
Destilas a essência da ambiguidade
Esboças profecias corruptas
Argumentas com o estranho no teu íntimo
Incerta no olhar, convicta na ansiedade
Sempre despiste as perguntas
Ignoraste todas as probabilidades
Apenas planeias a próxima jornada
Consegues prometer sem mentir
Acreditas mas jamais sentes
Traduzes o teu amor em ausência
Convocando cicatrizes da imaginação
Sentinelas protegem-te das emoções
Aceitas que te concedam o mundo
Ofereces o frio olhar da lua
Desdenhando tanto como desconhecendo
Transportas um sorriso letal
Um perigo eremita
A voz do tempo nada te diz
Saboreias o desespero dos outros
Acaricias as feridas que causaste
E quando partes, partes sem dor.

Nenhum comentário: