Deixa que os sentimentos se misturem
na luz dos fins de tarde que nos restam;
que nada nos perturbe, nem os gestos
a meio interrompidos que se esfumam.
O ver-te assim me baste tranquila
tecendo a tua teia com as horas
num esboço de imagens e memória
que vaga e vagarosa sempre quis.
Ainda que me lembre não importa
o clarear da noite, o sol a arder,
os corpos dissolvidos num só grito.
Nada nos fira a carne qual a morte;
entre os choupos os deuses recordemos:
calmos são os seus sonhos infinitos
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