22 de out. de 2002

Deixa que os sentimentos se misturem

na luz dos fins de tarde que nos restam;

que nada nos perturbe, nem os gestos

a meio interrompidos que se esfumam.



O ver-te assim me baste tranquila

tecendo a tua teia com as horas

num esboço de imagens e memória

que vaga e vagarosa sempre quis.



Ainda que me lembre não importa

o clarear da noite, o sol a arder,

os corpos dissolvidos num só grito.



Nada nos fira a carne qual a morte;

entre os choupos os deuses recordemos:

calmos são os seus sonhos infinitos

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